Jason Becker

Jason Eli Becker (Richmond – CA, 22 de Julho de 1969) é um guitarrista neo-clássico americano que ganhou fama aos 16 anos como virtuoso.

Seu pai, Gary Becker, que tinha estudado violão erudito, lhe deu uma guitarra quando ele tinha apenas 3 anos de idade, e começou a lhe dar aulas. Jason passou a praticar músicas de Bob Dylan, Eric Clapton, Jeff Beck e Eddie Van Halen, entre outros. Jason praticava durante horas a fio, e estudou a obra de Niccolò Paganini.

O Cacophony
Jason conheceu Marty Friedman, e os dois se tornaram amigos rapidamente, pois compartilhavam das mesmas preferências musicais. Sob a produção de Mike Varney eles montaram a banda Cacophony, que gravou dois álbuns: Speed Metal Symphony, em 1987, e Go Off!, em 1988. Ele também lançou um álbum solo, Perpetual Burn, em 1988.

O Cacophony excursionou por vários países, notadamente no Japão e na Europa, onde Jason foi formando uma legião de fãs e admiradores, ao mesmo tempo em que influenciava jovens guitarristas.

A fatalidade
Aos 20 anos, Becker foi convidado para a banda de David Lee Roth para substituir Steve Vai, que havia deixado o grupo. Ele começou a gravar o álbum A Little Ain’t Enough em 1990 e ganhou o prêmio de “guitarrista revelação” da revista Guitar Magazine.

O futuro da carreira de Jason parecia não ter limites, graças ao seu reconhecimento como guitarrista. As coisas iam cada vez melhores até que, ainda durante as gravações de A Little Ain’t Enough, ele começou a mancar da perna esquerda, alegando fraqueza. Por um tempo, Becker ignorou o problema, mas após pressão de seus amigos e familiares, ele foi ao médico, que pediu exames mais profundos. Constatou-se, então, a manifestação da Doença de Lou Gehrig, também conhecida como ALS — esclerose lateral amiotrófica — uma doença degenerativa e incapacitante – ainda sem cura. Embora Jason tivesse concluído, já com algum esforço, as gravações do álbum, ele não estava mais em condições de sair em turnê com a banda.

No decorrer dos anos, Jason foi perdendo os movimentos do corpo, primeiro das pernas, depois braços – obrigando-o a parar de tocar guitarra – e por fim a fala. A ALS não atingiu seu cérebro e nem sua audição ou visão, mantendo-o portanto plenamente lúcido e capaz de observar e ouvir tudo, ainda que esteja “aprisionado” em seu próprio corpo. Sua condição de deterioração estabilizou-se em 1997. Atualmente, Jason respira com a ajuda de um aparelho que controla o funcionamento de seu diafragma e comunica-se através de um sistema desenvolvido por seu próprio pai, Gary, que dividiu as letras do alfabeto em grupos de quatro, numa tela, onde Jason direciona seus olhos, formando palavras.1 .

O mito
Apesar de paralisado, incapaz de falar ou de tocar, Jason não desistiu de sua paixão pela música. Em casa, Jason continuou compondo e gravando em seu estúdio particular. Com o auxílio de um programa de computador, ainda consegue compor músicas. Foi dessa forma que ele lançou o álbum Perspective, em 1996. Jason ainda dá entrevistas e é muito bem-humorado, sendo assessorado por seus pais.

Vários tributos foram lançados em homenagem a Jason Becker, e ele é admirado e idolatrado por muitos fãs, inclusive famosos. Músicas como Altitudes e Serrana são freqüentemente usadas como peças de estudo por guitarristas.

Discografia
Speed Metal Symphony — 1987 (com o Cacophony)
Go Off! — 1988 (com o Cacophony)
Perpetual Burn — 1988
A Little Ain’t Enough — 1991 (com David Lee Roth)
Perspective — 1996
The Raspberry Jams — 1999
The Blackberry Jams — 2003
Collection — 2008
Boy Meets Guitar — 2012

Documentário
Em 2012, o diretor Jesse Vile lançou um documentário sobre a trajetória de Becker, intitulado Jason Becker: Not Dead Yet, onde reuniu diversos amigos e familiares de Jason para contar sua história, desde a infância, sobre o nascimento da paixão pela música, a revelação do talento, o sucesso, a manifestação da ALS e a batalha que Becker travou com a doença, para manter-se vivo2 .

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